São agora 2.43am.
Sinto uma certa melancolia, uma tristeza, um vazio. É um sentimento que não sei descodificar, que procuro anular com comportamentos auto-destrutivos. E talvez ao escrever consiga perceber um pouco melhor de onde vêm e/ou o que são, de qualquer forma, ao menos exteriorizo o que guardo neste casulo que construí.
Antes de mais, estou cansada. É tarde e passei o dia fora de casa, mas parece que não tenho coragem de me deitar e dormir, como se o amanhã me assustasse. E assusta, não quero acordar para os trabalhos e estudos da faculdade, nem para as limpezas da casa, muito menos para mais um dia a focar-me no que posso ou não comer. Se ao menos conseguisse dormir durante uma semana inteira, de seguida... Talvez tenha comido "mais do que devia" esta noite por não me querer deitar. Além do mais, sempre que fecho os olhos para o descanso do corpo e mente, não há um verdadeiro descanso para a minha mente, que começa a focar-se no que não aconteceu, no que poderia ter acontecido, nos por quês do dia de hoje, etc..
Embora o meu ciclo menstrual seja irregular, imprevisível (provavelmente devido aos traumas constantes a que sujeito o meu corpo), é provável que o período esteja a chegar, logo traz consigo umas fomes maiores, um desejo por doces e um comportamento irritadiço e impaciente. Talvez seja por isso que tenha comido "mais do que devia".
Outra, o espanhol e eu iniciámos uma relação qualquer. Ambos sabemos que vai durar um mês e meio, mais coisa menos coisa, pois assim que o ano lectivo acabar, cada um vai para seu lado - e que lados distantes. Até agora, uns beijos. Contudo, sinto uma vontade enorme para mais, o mais que nunca tive, ou melhor, o mais a que sempre me recusei. Quero dar-me, quero sentir a paixão, o contacto físico, quero que ele me abrace, me beije, quero explodir seja de que maneira for. Mas até agora, uns beijos; beijos estes que me anseiam por mais.
Na quinta feira tive consulta com o psicólogo e saí de lá deprimida. Sentei-me a fumar um cigarro, a olhar a paisagem num desconforto emocional. Será que vale a pena viver? O que estou eu a fazer? O que hei-de fazer? Estou a matar-me. Não quero morrer. Mas não sei sair daqui. Será que quero mesmo sair deste ciclo? Perguntas, perguntas, perguntas... Nada de respostas. Senti um misto de não querer desiludir ninguém, de querer fugir rapidamente daqui, de não querer estar sozinha, de não querer companhia, de vazio, de medo, insegurança, tristeza, ódio de mim, amor por mim. Não sei, não sei.
Alimentação de hoje:
1 pêra
Morangos
Salada (alface, tomate, camarões, delícias do mar)
2 sandes mista
10 bolachas
1 bollycao
E assim sinto-me um NOJO hoje.
E não sei como vai ser amanhã. Sinto vontade de chocolate.
Continuo a não ter respostas. Apenas uma vontade de nada.
São agora 03.18am.
Este ganso nasceu para ser gordo. Todo o seu organismo está programado para uma certa gordura corporal que fogem do estereótipo de beleza estipulado pela sociedade. Mas o ganso resolve protestar consigo mesmo e entra em regime alimentar - ora ignora todos os sinais da fome de forma rebelde, ora manda tudo à fava e enfarta-se até ficar bem gordinho. E foi assim que ganhou a alcunha de Sísifo!
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