sábado, 4 de junho de 2011

Niguém

   Claro, posso desabafar e sei que as minhas amigas me ouvem e apoiam. No entanto, parece que não dá para remover esta sensação de vazio, solidão. Sensação esta que se instalou depois de uma mini-binge, penso que é aquele desapontamento por ter falhado redondamente depois de um dia bom - dia bom = não comer. Além do mais, estou com o período e todas nós sabemos como este ciclo influencia o humor de uma mulher. Mas vamos por partes, tentar ordenar os pensamentos, exterioriza-los aqui neste blog solitário e procurar um alívio, por mais ínfimo que seja.

   Sim, sei que fiz mal em não comer durante o dia e talvez tenha contribuído para esta mini compulsão alimentar. Não quero dar desculpas, mas este hábito de não comer depois de uma recaída é forte, muitíssimo forte.
Compulsão 
  • tostas com manteiga
  • maçã
  • uma quantidade enorme de mousse de chocolate
  • uma sandes de queijo
  • meia caixa de pringles
    Nem quero pensar na quantidade de calorias que aí estão. Não quero! Mas como vêem, podia ter sido pior, mas foi bastante mau. Foi bastante mau porque a minha intenção era não comer hoje, já que amanhã vou passar o fim de semana a Lisboa (visitar a família) e como vou ser obrigada a comer, queria ir o mais "magra" possível. E falhei nesse sentido. Sei que não vou tomar o pequeno almoço quando acordar e sei que vou a pé para a estação de comboios, assim fico com a consciência tranquila por ter comido esta noite. Portanto, vai ser um grande almoço no Sábado, tentar evitar o lanche, e um jantar saboroso e calórico. No Domingo, quero tentar sair da cama o mais tarde possível, de forma a evitar o pequeno almoço, e talvez, se tiver sorte, o almoço vai ser light. Veremos...
   Nem tudo está perdido, pois se eu tiver cuidado com a quantidade que ingerir pode ser que esta mudança repentina abale o meu organismo, juntado um fast na Segunda-Feira, emagreça. São estes os planos, veremos... vou esforçar-me, evitar a ansiedade para não cair na tentação.
   Acabei de me pesar, 52.9Kg. Horrível, mas ao menos não estou nos 53Kg. Agora só me peso na Terça-Feira, esperando que tudo corra como planeado até lá - eu consigo!!

   Quem me dera ter alguém a quem confessar estas coisas, mas sei que não há ninguém. Sei que está tudo errado, e não me apetece mudar, ainda na esperança de emagrecer outra vez.

   Outros acontecimentos.
   O espanhol.
   Merda. 
   Foi o aniversário dele. Eu contava em estar com ele, queria fazer-lhe companhia e queria, ainda mais, que ele quisesse estar comigo. Infelizmente, parece-me que perdeu todo o interesse em mim, todinho. Mesmo apesar de toda a minha aversão à comida, eu andei desejosa que ele me convidasse para jantar, eu cederia, de bom grado. Na minha mente já planeava um bom momento, com conversa, comida, carinho... Já ao início da noite, ponderei nas minhas atitudes com ele, será que não mostro o suficiente? Será que não mostrei que estou interessada, que desejo a companhia dele, que gosto de passar tempo com ele? Então, determinada em mostrar este interesse, em ser clara o suficiente, mandei-lhe uma mensagem a dizer que desejava ter estado com ele hoje. Como resposta? Nada. Rien.
   Há uma mistura de sentimentos aqui dentro. [um aparte, é possível que isto me tenha levado à compulsão]. Eu não sou capaz de perceber claramente o que dói, o que mói aqui dentro. Sinto... solidão, rejeição, tristeza, desamparo. E as velhas mentiras, construídas ao longo dos anos, emergem "não presto para nada, sou desinteressante, passiva, burra" para não falar do "feia, horrível, gorda, nojenta, fraca, inculta"
   Sim, tenho de enxotar estes pensamentos. Assumi que me interesso por ele, sou o que sou, estou a aprender, a crescer, a experimentar, a viver. Estou a tentar melhorar, a superar os meus medos e dificuldades. Não me vou envergonhar da mensagem, não me vou envergonhar de falar, de dizer o que penso, o que sinto. E se há alguém que se sinta incomodado, pois que fuja! Eu não me calo, nunca mais. Dói. Dor. A dor é para ser sentida, não vou recuar perante ela, sei que sou mais forte. Há-de chegar o dia em que supero até os distúrbios alimentares. Não vou ser cínica e dizer que é agora que fico "curada", mas estou lá perto. 
   Agora, encarei o medo da rejeição - um dos meus maiores medos; e não vou fugir outra vez. Sei que tenho muitos outros medos, isto é apenas um princípio, mas um princípio de um futuro glorioso.

   Pessoal, está na hora de nos erguermos. 

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