sexta-feira, 17 de junho de 2011

Não foi compulsão...

... mas foi o suficiente para me deixar em baixo.

   Ora bem, vamos começar pelo início do dia. Subo para a balança e o peso é 52.6Kg. Não é mau, mas ainda é muito e corro o risco de amanhã, quando me pesar, ver-me outra vez nos 53Kg, devido ao que comi. Comecei bem, com uma nectarina ao almoço, um ice tea de limão ao final da tarde. Cheguei a casa tarde, sem fome, mas visto estar cansada fui comer. Na verdade já andava a planear o jantar desde que me levantei. Queria comer. Queria comer algo que me agradasse para não sucumbir a uma compulsão alimentar, portanto o plano era comer uma sandes da companhia Vitaminas e petiscar umas pringles só porque sim. Até aqui tudo bem, convenci-me durante o dia, pois amanhã passo o dia a líquidos! Mas não aguentei e comi mais de metade do pacote de pringles e mais uma sandes de queijo feita em casa. Fiquei cheia!!! Tudo bem, estou arrependida, mas amanhã vamos aos líquidos! Chega a noite e não durmo. Rebolo na cama, fumo uns cigarros, tento estudar, a mente vagueia, rebolo outra vez, mais uns cigarros e comida. Pois é, chegam as 4am e na minha mente oiço uma voz que diz, revoltada: Quero lá saber! Vou mas é comer... E como, mais uma sandes recheada de queijo e o resto do pacote de Pringles com o restinho de manteiga de amendoim que restava no frasco. Portanto, posso não estar a sentir-me desconfortavelmente cheia e zonza da comida, no entanto sei perfeitamente que o limite de calorias rebentou e bem!

   O plano continua, mas mais apertadinho, amanhã vou dar-me ao luxo de um sumo de laranja fresquinho ao final da tarde. E, durante a noite, caso não consiga dormir - o que é bem possível já que ainda estou acordada e são já 4h17am - vou beber algum pleno tisanas para me sentir cheia e não cair em tentação. E será assim o meu dia de amanhã. Não me posso é esquecer de estudar!

   Merda, não consigo sair deste ciclo... Ao menos que o peso desça =(

domingo, 12 de junho de 2011

Patética

   Nem imaginam o quão patética sou. PA-TÉ-TI-CA!
   Depois de estar pronta para sair com as meninas, o plano era nos divertirmos um pouco num dos bailes típicos da altura, entrei num frenesim de põe vestido, muda para calças, experimenta saia, pensa num top. Preocupada que a boleia chegasse, mandei logo uma mensagem a dizer que afinal não ia sair. Assim, há última da hora, desisto daquilo que poderia ter sido uma boa noite (e já que ando com dificuldades em adormecer, aproveitava para estar longe da comida aqui em casa). A desculpa foi baseada numas dores repentinas do período. Toda a mulher sabe que o desconforto é demasiado, portanto sempre uma boa mentira. Agora sinto-me patética por ter desistido de sair por me sentir mal com qualquer roupa! Quem no seu perfeito juízo faz tal coisa?
   Olhei para o meu reflexo em todos os espelhos desta casa e só consegui odiar toda a minha figura. Começando pela cara - tão feia, a pele com com alguma acne da menstruação e pálida, os olhos escondidos, cansados e com olheiras por baixo (parecem olhos de louca), a boca pequena e desinteressante; o cabelo, sem jeito, sem vida, estragado; o corpo, bem, gordo. Enfim, nada me parecia ficar bem, nem um sorriso.

   Sinto-me patética não só por ter ficado em casa, mas também por olhar para mim e ver um mulher feia. Sei que devia gostar de mim, de me achar bonita, sorrir e divertir-me. Mas eu só estou a conseguir ver uma pessoa feia.

   Ontem tive compulsão.
   Hoje não comi nada, ainda.
   Patética.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

COMPULSÃO!!!

   Acabei de ter uma compulsão daquelas nojentas, que dóiem, que me deixam tonta, enojada, a tremer, sem respirar e com uma, desculpem a vulgaridade da palavra, barrigona!!! Não sei em que posição estar porque me dói, não consigo pensar com clareza, nem escrever como deve ser.... estou agoniada, triste, frustrada, irritada, com um nojo enorme de mim mesma. Odeio-me tanto agora. E, ao mesmo tempo, odeio o espanhol. Não sei por quê, mas fiquei com um ódio súbdito em relação a ele. E a mim!
    Este é um texto irónico e mesquinho quando comparado com o anterior, mas eu não consigo evitar em escrever aqui (e depois passar para o meu bloquinho) o meu plano para amanhã. Tenho de me castigar, tenho de compensar isto. Só consigo pensar nos vestidos novos, tenho de emagrecer para entrar neles e não parecer uma lontra!!!

   Foi uma compulsão merecedora de não um, mas vários dias de compensação:
  • mousse de chocolate
  • um pacote inteiro de bolachas de manteiga
  • um pacote inteiro de filipinos
  • um prato cheio de massa e bifes de frango (3)
  • uma sandes de pão branco com manteiga, queijo e mais um bife
  • para não falar do prato de massa e 3 bifes ao almoço
  • morangos (também ao almoço)
que nojo, que nojo, que nojo... e o mal estar!!! aiii, dói fisicamente... imaginem psicologicamente...

   Aqui fica o plano para amanhã - FAST
  • Faltar à aula da manhã (dormiiiir)
  • Ir ao continente comprar águas, pastilhas e café
  • Ir à baixa ver lojas de livros em segunda mão
  • Tomar café nas docas e estudar
  • Deitar fora toda a comida que leva às compulsões (menos os bollycaos*)
  • Estudar, já em casa, para o debate de francês
  • Manter-me bem distraída até dormir
   E amanhã será assim. Não comer. As únicas calorias serão das pastilhas, cafés e águas, sendo que estas têm sabor. Sei que já disse isto, mas... SINTO-ME UM NOJO!!! FALHANÇO TOTAL!

   Estou tão triste... segunda vai ser fast, terça, quarta e quinta restrição...

*os bollycaos ficam para eu come-los quando me sentir magra à frente das outras pessoas. Adoro estar magra e mostrar-me aos outros a comer um doce. Mas hoje.... hoje só quero esquecer e desaparecer.

   É possível que hoje tenha tido esta compulsão enorme por ter tido vontade o fim de semana todo e não ter conseguido totalmente. Sei lá... no fundo sou mesmo uma fraca.

que ódio, que nojo

domingo, 5 de junho de 2011

Revolução

   A sensação no mundo é a seguinte: estamos a ser completamente controlados por aqueles com poder (sendo poder igual a dinheiro); todos nós somos influenciados por um mundo de entretenimento, mentiras são contadas uma e outra vez até acreditarmos nelas, gastamos parte do nosso dinheiro em tudo o que foi elaboradamente esquematizado e alterado para uns ganharem mais dinheiro, a outra parte é-nos tirado de forma a acreditarmos que é necessário este roubo. Desde a comida, às roupas, aos gadgets, à informação, ao lazer, tudo suga. Investimos naquilo que nos dizem que irá trazer bem-estar, felicidade, harmonia, plenitude, e insistimos, insistimos, e com o que é que ficamos? Nada. Nada a nível material, nada a nível espiritual, nada a nível emocional. Um grande nada que sentimos no mais profundo do nosso ser. O que fazemos então? Continuamos a colocar-nos em frente à televisão, absorvendo as verdades que nos contam, sobre o mundo, sobre o melhor estilo de vida, sobre um equilíbrio que não temos.
    É preciso mudar, dizem-nos. Ergue-te, fala, luta pelo que acreditas. Muda, evolui, revolta-te. Ajuda-nos a revolucionar esta merda de sociedade em que nos encontramos. Já chega que estes sacanas fiquem com tudo que é nosso, nos controlem, nos façam de burros, incompletos. Esta é a altura de dizer não, não me prendem mais, não ditem como tenho de viver, como devo pensar, quem devo ser, pois todos somos um. Somos UM grande, brilhante, forte, capaz, completo.
    E assim ficamos com o bichinho da mudança, da revolução. Mas como? Como podemos mudar esta máquina grandiosa que nos manipula? O que posso eu fazer? Eu não sei, NÃO SEI!!! Portanto, deixo esta minha veia consumista – não preciso de me vestir como os outros, de ter aquele vestido espectacular, aqueles ténis na moda, nem mesmo aquela maquilhagem que me vai pôr mais bonita. Já estou a cortar na mão de obra barata, na exploração, num dar constante àqueles que já muito têm. Deixo esta outra minha veia, mais difícil, de gulotona – não, não preciso de mais um hambúrguer, etc. daquelas ricas e altamente químicas cadeias de fast-food, nem dos alimentos puramente alterados cujos ingredientes naturais desapareceram. Deixo esta minha veia, igualmente muitíssimo difícil por estar tão presente na minha ideia de quem SOU, de perfeição.
    Vou ser diferente. Como? Sendo eu mesma! Ao inicio vai custar, visto que já estou tão perdida numa ideia que alguém criou sobre mim mesma. Tenho de desconstruir tudo, peça a peça, falar sobre isto e aquilo, mesmo não tendo opinião, arriscar num pensamento, riscá-lo e ter outro, até saber o que gosto, o que quero, o que penso. Porque nem o que penso e/ou acredito sei. Como mudar eficazmente a podre da sociedade não sei, não encontrei nenhum livro do género. Mas, ao menos, sei que já não quero pertencer a esta corrente material, mentirosa e manhosa. Se eu falar mal, paciência, se não te agradarem as minhas roupas de sempre, paciência, se não pertencer ao protótipo da vossa beleza, PACIÊNCIA!

    O que me levou aos distúrbios alimentares não foi só a minha insegurança, a minha necessidade de pertença, foram vocês todos que querem sempre mais de mim, que querem que eu seja isto e aquilo. E este pode ser um projecto em desenvolvimento, mas podem ter a certeza que já começou!

sábado, 4 de junho de 2011

Niguém

   Claro, posso desabafar e sei que as minhas amigas me ouvem e apoiam. No entanto, parece que não dá para remover esta sensação de vazio, solidão. Sensação esta que se instalou depois de uma mini-binge, penso que é aquele desapontamento por ter falhado redondamente depois de um dia bom - dia bom = não comer. Além do mais, estou com o período e todas nós sabemos como este ciclo influencia o humor de uma mulher. Mas vamos por partes, tentar ordenar os pensamentos, exterioriza-los aqui neste blog solitário e procurar um alívio, por mais ínfimo que seja.

   Sim, sei que fiz mal em não comer durante o dia e talvez tenha contribuído para esta mini compulsão alimentar. Não quero dar desculpas, mas este hábito de não comer depois de uma recaída é forte, muitíssimo forte.
Compulsão 
  • tostas com manteiga
  • maçã
  • uma quantidade enorme de mousse de chocolate
  • uma sandes de queijo
  • meia caixa de pringles
    Nem quero pensar na quantidade de calorias que aí estão. Não quero! Mas como vêem, podia ter sido pior, mas foi bastante mau. Foi bastante mau porque a minha intenção era não comer hoje, já que amanhã vou passar o fim de semana a Lisboa (visitar a família) e como vou ser obrigada a comer, queria ir o mais "magra" possível. E falhei nesse sentido. Sei que não vou tomar o pequeno almoço quando acordar e sei que vou a pé para a estação de comboios, assim fico com a consciência tranquila por ter comido esta noite. Portanto, vai ser um grande almoço no Sábado, tentar evitar o lanche, e um jantar saboroso e calórico. No Domingo, quero tentar sair da cama o mais tarde possível, de forma a evitar o pequeno almoço, e talvez, se tiver sorte, o almoço vai ser light. Veremos...
   Nem tudo está perdido, pois se eu tiver cuidado com a quantidade que ingerir pode ser que esta mudança repentina abale o meu organismo, juntado um fast na Segunda-Feira, emagreça. São estes os planos, veremos... vou esforçar-me, evitar a ansiedade para não cair na tentação.
   Acabei de me pesar, 52.9Kg. Horrível, mas ao menos não estou nos 53Kg. Agora só me peso na Terça-Feira, esperando que tudo corra como planeado até lá - eu consigo!!

   Quem me dera ter alguém a quem confessar estas coisas, mas sei que não há ninguém. Sei que está tudo errado, e não me apetece mudar, ainda na esperança de emagrecer outra vez.

   Outros acontecimentos.
   O espanhol.
   Merda. 
   Foi o aniversário dele. Eu contava em estar com ele, queria fazer-lhe companhia e queria, ainda mais, que ele quisesse estar comigo. Infelizmente, parece-me que perdeu todo o interesse em mim, todinho. Mesmo apesar de toda a minha aversão à comida, eu andei desejosa que ele me convidasse para jantar, eu cederia, de bom grado. Na minha mente já planeava um bom momento, com conversa, comida, carinho... Já ao início da noite, ponderei nas minhas atitudes com ele, será que não mostro o suficiente? Será que não mostrei que estou interessada, que desejo a companhia dele, que gosto de passar tempo com ele? Então, determinada em mostrar este interesse, em ser clara o suficiente, mandei-lhe uma mensagem a dizer que desejava ter estado com ele hoje. Como resposta? Nada. Rien.
   Há uma mistura de sentimentos aqui dentro. [um aparte, é possível que isto me tenha levado à compulsão]. Eu não sou capaz de perceber claramente o que dói, o que mói aqui dentro. Sinto... solidão, rejeição, tristeza, desamparo. E as velhas mentiras, construídas ao longo dos anos, emergem "não presto para nada, sou desinteressante, passiva, burra" para não falar do "feia, horrível, gorda, nojenta, fraca, inculta"
   Sim, tenho de enxotar estes pensamentos. Assumi que me interesso por ele, sou o que sou, estou a aprender, a crescer, a experimentar, a viver. Estou a tentar melhorar, a superar os meus medos e dificuldades. Não me vou envergonhar da mensagem, não me vou envergonhar de falar, de dizer o que penso, o que sinto. E se há alguém que se sinta incomodado, pois que fuja! Eu não me calo, nunca mais. Dói. Dor. A dor é para ser sentida, não vou recuar perante ela, sei que sou mais forte. Há-de chegar o dia em que supero até os distúrbios alimentares. Não vou ser cínica e dizer que é agora que fico "curada", mas estou lá perto. 
   Agora, encarei o medo da rejeição - um dos meus maiores medos; e não vou fugir outra vez. Sei que tenho muitos outros medos, isto é apenas um princípio, mas um princípio de um futuro glorioso.

   Pessoal, está na hora de nos erguermos. 

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Solidão

  • Quero falar com alguém que perceba o que é ter uma compulsão depois de um dia de restrição muito controlada;
  • Quero que me digam que tudo vai correr bem, amanhã será melhor;
  • Quero mergulhar em braços e chorar;
  • Quero ter coragem para comer, amanhã;
  • Quero que me beijem;
  • Quero dormir;
  • Quero quebrar esta prisão;
  • Quero ter aquela coragem brilhante;
  • Quero estar sozinha na companhia de alguém;
  • Quero ver-te a fazer um esforço para estar comigo;
  • Quero quebrar os vícios;
  1. Amanhã, diz-me que sou linda;
  2. Amanhã, diz-me que me queres;
  3. Amanhã, abraça-me;
  4. Amanhã, beija-me;
  5. Amanhã, dá-me segurança;
  6. Amanhã, faz-me rir;
  7. Amanhã, diz que não me queres largar o dia todo;
  8. Amanhã, convida-me para jantar;
  9. Amanhã, convida-me a dançar;
  10. Amanhã, ama-me.